Santiago Alentejo e Ribatejo +4

Os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo atravessam dois territórios muito distintos: diferem nos costumes e tradições, na forma de viver das gentes, na cor das paisagens, nas experiências que proporcionam. Mas ainda que diferentes, partilham uma genuinidade e singularidade que os tornam únicos e que os diferenciam de todos os outros que ajudam a definir as fronteiras do país.
Percorrer os Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo esconde a promessa de uma aventura, de descobertas inusitadas, do desvendar de uma história que a memória preservou, uma história que se desenrola a cada passo e que integra hoje a Lista Indicativa ao Património Cultural Imaterial da UNESCO.
Conhecer os quase 1.400 km dos Caminhos de Santiago identificados no Alentejo e Ribatejo é reviver essa história nas marcas que o passar do tempo não foi capaz de apagar, é transformar o viajante no espectador de uma narrativa que se conta no património material e imaterial, nas terras, vilas e curiosidades, na gastronomia, nas gentes e nos seus costumes, os que já foram e os que continuam a ser e, ao mesmo tempo, no figurante da mesma, incapaz de resistir aos encantos que vai desvendando. Mais do que caminhar, pedalar ou conduzir o seu fiel equino, é conhecer uma terra de paisagens únicas e genuínas, mas diferentes, ao longo de dois itinerários principais e de um crescente número de variantes:
- Caminho Português Central no Alentejo e Ribatejo (do qual ramifica a Via Tejo que liga ao Caminho procedente de Lisboa; e a Via Atlântico, que atinge a Costa Vicentina em portos com presença histórica da Ordem de Santiago);
- Caminho Português Nascente no Alentejo (o qual bifurca em Mértola para o Caminho da Raia e recebe em Elvas, Vila Viçosa, Borba e Estremoz, a ligação transfronteiriça à Via de La Plata proveniente de Badajoz).
A Ordem de Santiago foi responsável pela conquista de grande parte do atual território português a sul do rio Tejo e promoveu as principais ações de povoamento e ordenamento socioeconómico, durante a Idade Média. Em apenas duas décadas, a Ordem de Santiago tornou-se a mais poderosa proprietária do reino, dominando um território tão vasto que ia de Samora Correia (Benavente) a Tavira e de Almada a Aljezur.
No sul do país, a grande quantidade de igrejas dedicadas a Santiago deve-se à ação conquistadora e organizadora da Ordem de Santiago, que deixou muitos outros vestígios, como paços de antigos comendadores, castelos que guardaram a memória dos cavaleiros que os conquistaram, túmulos de célebres homens de armas e de religião, obras de arte patrocinadas por nobres de elevado estatuto na hierarquia espatária, vestígios estruturantes na toponímia local, ou simples e discretos marcos de propriedade.
A riqueza gastronómica do Alentejo e Ribatejo dispensa grandes preâmbulos. Aqui, os adjetivos ficarão sempre aquém da experiência que se tem à mesa, incapazes de se erguer à altura dos sentimentos que a mesma proporciona. Porque a passagem por estas paragens inclui sempre uma outra viagem, a dos sabores. Por isso, nada melhor do que experimentar, erguer o copo e brindar!
Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo é, mais do que uma viagem, uma experiência que marca, que fica, que se guarda. E que se quer repetir!